Se você tem dívidas e está enfrentando problemas financeiros, provavelmente desconhece alguns dos segredos que os bancos escondem. No entanto, ao desvendá-los, poderá resolver muitos dos seus problemas financeiros e com muito mais rapidez.
Se você conhece alguém que esteja em uma situação difícil com dívidas, empréstimos bancários ou questões financeiras, este conteúdo será extremamente útil.
Segredo Nº 1 – Dívidas não crescem para sempre
O primeiro segredo que os bancos não querem que você saiba é que as dívidas não crescem para sempre. Quando você tem um empréstimo e deixa de pagar, as parcelas vão se acumulando, os juros aumentam, tornando-se uma bola de neve gigante. O mesmo ocorre com a fatura do cartão de crédito ou o saldo negativo da conta (o famigerado cheque especial).
Os bancos emprestam dinheiro para muitas pessoas, sabendo que há uma possibilidade de você não pagar de volta. Eles cobram taxas altas de empréstimos para compensar os riscos. Quando uma dívida está crescendo e os números não estão favoráveis, os bancos precisam provisionar recursos para garantir a solidez financeira exigida pelo Banco Central.
Os bancos querem reduzir o provisionamento e melhorar as próprias contas. Para fazer isso, precisam que os devedores paguem. É aí que entram as negociações de dívidas. Em média, após seis meses para cartão de crédito e um ano para empréstimos e cheque especial, os bancos começam a negociar e oferecer descontos significativos.
Organize suas finanças e negocie com o banco
Agora que você sabe que uma dívida não cresce para sempre e, se você priorizar o controle das suas finanças, terá melhores condições para negociar. Quando chegar este momento em que o banco entrar em contato para negociar, você poderá obter muito desconto na liquidação da dívida.
Então, saber organizar suas finanças e juntar dinheiro para uma reserva de quitação de dívidas, te abrirá estas portas para se livrar de uma vez por todas da dívida.
Essa estratégia também vale para empresários. No caso das dívidas empresariais, as margens de negociação podem ser diferentes e os valores pelos quais a dívida passa para a justiça também variam.
Segredo Nº 2 – O que acontece se você não pagar as dívidas?
Se a dívida for de um financiamento, o bem financiado é a garantia e, se não for pago, o bem pode ser tomado pelo banco. Só para exemplificar, se você deixar de pagar as parcelas do financiamento do seu carro, como ele é a garantia desta negociação, o banco pode tomar o seu veículo para diminuir as perdas do não pagamento.
Já em relação a dívidas de cartão de crédito, cheque especial e empréstimos sem garantia, dependendo do valor da dívida, não vale a pena financeiramente falando para o banco entrar na justiça para reaver os valores devidos. Isso porque ele precisará arcar com custos de advogados e outros custos que a ação judicial possa gerar.
Assim, muitas vezes, o banco prefere seguir por um caminho extra judicial.
O que é cobrança extra judicial?
A cobrança extrajudicial é um processo de tentativa de recuperação de dívidas fora do âmbito judicial. Ou seja, é uma forma de cobrança amigável e negociada, onde o credor busca entrar em contato com o devedor para negociar a quitação da dívida e encontrar uma solução para o problema.
Nesse tipo de cobrança, o credor pode utilizar diferentes estratégias para entrar em contato com o devedor, como ligações telefônicas, envio de mensagens, e-mails e até mesmo visitas presenciais. O objetivo é estabelecer um acordo para o pagamento da dívida de forma mais rápida e sem precisar recorrer à justiça.
Existe um valor máximo de dívidas para o banco entrar com uma ação na justiça?
Em média, dívidas de cartão de crédito, cheque especial e empréstimos com um montante abaixo de 100 mil reais, os bancos tendem a recorrer pela cobrança extra judicial através de escritórios de cobrança, devido aos altos custos de uma ação na justiça.
Em casos de dívidas mais altas, o banco pode optar por seguir o caminho judicial. É importante lembrar que o banco não pode bloquear seus bens ou contas sem uma decisão judicial.
Caso a dívida vá para um caminho extra judicial, como um escritório de cobrança ou o SPC/Serasa, é importante saber também que o banco não pode ligar para o seu trabalho ou para qualquer outro número que você não tenha dado como contato. Se você deu o número como contato, o banco pode ligar, mas é possível bloquear essas ligações.
Segredo Nº 3 – Venda casada: uma prática abusiva
Muitas pessoas não sabem que, ao fazer um empréstimo, podem ser obrigadas a comprar produtos adicionais, como uma previdência, um título de capitalização ou um seguro prestamista. Essa prática é conhecida como venda casada e é considerada abusiva pelo código de defesa do consumidor.
Os bancos não podem empurrar produtos adicionais para seus clientes como uma condição para aprovar um empréstimo. O consumidor tem o direito de recusar esses produtos e o banco não pode impor qualquer penalidade ou tarifa por essa recusa. Além disso, mesmo que o banco não empurre explicitamente esses produtos, se ele tornar sua aprovação condicional à compra de outros produtos, isso também configuraria uma venda casada.
Então, se você possui algum empréstimo, saiba que pode solicitar a devolução desse valor referente ao seguro prestamista (ou de qualquer outro produto adicional) a qualquer momento enquanto o seu contrato estiver ativo.
Segredo Nº 4 – Relacionamento com devedores
Os bancos veem seus clientes como devedores ou investidores, e é importante entender essa distinção.
Quando um cliente está do lado dos devedores, o banco não se preocupa com ele, pois ganha dinheiro com os juros cobrados sobre a dívida. O banco usa o dinheiro dos investidores para emprestar aos devedores, e é por isso que o relacionamento com o cliente é irrelevante.
Algumas pessoas pensam que, ao atrasar o pagamento de uma dívida, podem renegociar sua dívida mais tarde, quando o valor estiver maior. No entanto, isso pode colocá-lo em uma lista de devedores, e os bancos não vão querer negociar com você enquanto você demonstrar que quer pagar a dívida. Porque neste caso, o banco vai ganhar com a negociação com a cobrança de juros.
Em vez disso, priorize sua vida financeira fazendo a reserva de quitação de dívidas e negocie suas dívidas quando estiver em uma posição mais forte.
Conclusão
Em conclusão, ao desvendar os segredos que os bancos escondem e entender as práticas abusivas que podem ocorrer durante a contratação de serviços financeiros, é possível se proteger de situações de caos financeiro.
A cobrança extrajudicial é uma alternativa legal e amigável para tentar recuperar dívidas, mas deve ser feita com ética e respeitando os direitos do devedor.
Além disso, é importante saber que as dívidas não crescem para sempre e que é possível negociá-las quando se está em uma posição mais forte financeiramente.
Priorizar a organização das finanças e criar uma reserva para quitar as dívidas são boas práticas para evitar situações de inadimplência.
Lidar com dívidas pode ser uma situação estressante, mas seguindo essas dicas é possível sair dessa situação e evitar que a situação se torne ainda pior.
Lembre-se de que a situação pode ser resolvida e que existem soluções para cada caso.
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